Nos últimos dias, uma gaffe política fez correr muita tinta nas redes sociais. A cena foi simples, quase banal, mas rapidamente se espalhou em memes, comentários e debates acesos. O episódio em si pouco interessa, mas o que ele mostra é o poder da informação (e da desinformação) na era digital.
E se uma frase mal colocada gera tanto ruído, imagine o impacto de uma notícia falsa. Para as marcas, este é um terreno perigoso, mas também cheio de oportunidades para comunicar de forma diferente.
O perigo da desinformação
As fake news não são um fenómeno novo. O que mudou foi a velocidade com que viajam e a facilidade com que qualquer pessoa, com um simples “partilhar”, lhes dá alcance. Um rumor pode destruir a credibilidade de uma marca em horas, sem dar tempo para respirar.
Como podem as marcas proteger-se?
- Verificação antes de reação
O instinto de responder rápido é natural, mas pode ser um erro fatal. Antes de publicar, confirme sempre a origem da informação. Reagir sem validar é arriscar amplificar a mentira. - Criar autoridade
Quando uma marca se posiciona como fonte credível, conquista espaço contra a desinformação. Partilhar dados oficiais, usar fontes reconhecidas e comunicar com clareza ajuda a construir essa confiança. - Educar o público
Em vez de surfar na onda das fake news, porque não usar o momento para educar? Criar conteúdos que expliquem, contextualizem e desmistifiquem é uma forma inteligente de transformar ruído em valor. - Transparência e consistência
As pessoas sabem que erros acontecem. O que não perdoam é manipulação. Uma marca que assume falhas e corrige publicamente reforça a sua reputação. A transparência é hoje um dos melhores seguros contra a desinformação.
Conclusão
A gaffe política pode ter feito rir, mas deixou uma lição séria: vivemos na era em que a verdade compete com a ficção pelo mesmo espaço. As marcas não podem controlar o que é dito sobre elas, mas podem decidir como respondem.
Ignorar o ruído, apostar na clareza e manter a transparência é o caminho para se destacar num mundo onde a mentira, muitas vezes, corre mais depressa do que a verdade.
No fim do dia, o que realmente fica é a confiança. E essa constrói-se palavra a palavra, publicação a publicação, todos os dias.
Boa semana a todos!
Miguel Ângelo Estorninho


