Marketing imediato ou planeado? A liberdade de comunicar no timing certo

O 25 de Abril é uma data com peso histórico, cultural e emocional para todos os portugueses. E é precisamente nesse espírito de liberdade que quero trazer à conversa um tema fundamental no universo da comunicação digital: a importância (e liberdade) de saber quando comunicar.

Vivemos numa era em que o timing é tudo. E quando falamos de marketing, há dois grandes caminhos:

  • O marketing planeado, onde tudo é estruturado com antecedência;
  • E o marketing imediato, onde a marca reage em tempo real ao que está a acontecer no mundo.

Ambos são importantes. Mas saber equilibrar os dois, e saber quando usar um ou outro, pode ser a diferença entre uma marca que está presente… e uma que marca presença.

O que é o marketing imediato?

É o marketing que não se prevê, mas que, quando bem feito, parece ter sido pensado desde sempre.
São aquelas comunicações nas redes sociais que usam algo atual (um acontecimento, uma notícia, um meme, uma tendência) e transformam isso numa oportunidade de comunicação com o público.

Vamos a um exemplo prático?
Imagine um pequeno sismo numa determinada região. Uma marca de hotel desse local pode fazer um post com humor subtil: “Sentiu o chão a abanar? No nosso hotel, nem um terramoto perturba o seu descanso.” Simples, atual, eficaz e, se bem trabalhado, viral.
Isto é o poder do marketing atento: estar sintonizado com o mundo real, com o que se está a passar no momento.

O desafio? É preciso velocidade, criatividade e muito bom senso.

E o marketing planeado?

É o oposto: pensado, estruturado, calendarizado.
Campanhas para o Dia dos Namorados, o Natal, o Verão, o aniversário do hotel ou da empresa. Datas locais importantes, como festas da região, feiras, maratonas ou… o 25 de Abril.

Nestes casos, há tempo para desenhar com calma a estratégia, os conteúdos, os visuais, os descontos ou as ativações. Mas atenção: o facto de ser planeado não significa que tenha de ser óbvio ou genérico.

O 25 de Abril pode ser uma oportunidade para uma marca turística comunicar:
liberdade de viajar, liberdade de escolher experiências, ou liberdade de aproveitar uma promoção especial — isto sem cair no cliché.

A verdadeira questão: Planeado vs Imediato — precisam de estar em guerra?

Nada disso. O segredo está no equilíbrio.
O marketing mais eficaz é aquele que sabe prever o que é previsível, mas que também sabe agir quando o imprevisível acontece.

Uma marca bem preparada tem sempre uma base de conteúdos estruturados, mas também tem uma equipa — ou alguém — atento ao que está a acontecer:

  • Tremor de terra?
  • Atualidade política?
  • Tendências virais?
  • Eventos inesperados?

Tudo isto pode ser, com criatividade e responsabilidade, uma oportunidade de comunicar — desde que esteja alinhado com a identidade da marca.

E no turismo?

Se há setor onde esta lógica faz sentido, é no turismo. Porque o turismo vive de emoções, de momentos, de timing.

Um hotel de luxo pode não ter interesse em fazer um post sobre o 25 de Abril, mas pode celebrar o aniversário do seu edifício centenário com uma campanha refinada.

Um restaurante descontraído, por outro lado, pode aproveitar um evento desportivo, uma gaffe de um político ou uma notícia viral para fazer uma comunicação leve e atual, que gera engagement imediato.

Conclusão: a liberdade é saber quando falar, e quando não falar.

A liberdade que celebramos no 25 de Abril pode (e deve) ser também aplicada à forma como comunicamos.

A liberdade de planear com visão. A liberdade de reagir com rapidez. E, acima de tudo, a liberdade de saber o que faz sentido para a nossa marca, para o nosso público e para o nosso contexto.

O marketing não precisa de ser sempre imediato, nem sempre planeado.
Precisa, isso sim, de ser consciente, relevante e estratégico.