A importância da transição digital nos Açores: o caso da agricultura

A transição digital que se assiste por todo o mundo, onde os Açores não são exceção, é importante para a nossa Região, para a competitividade do nosso tecido empresarial, para o aproximar das pessoas e das empresas, proporciona novos mercados de consumo, trazendo novas fontes de rendimento e consequentemente mais riqueza.

O tema da transição digital por si só é muito vasto, pelo que decidi focar-me num caso muito concreto, ligado à agricultura e à produção de leite, um tema da maior importância para uma região como os Açores, em que este setor representa uma grande fatia do tecido económico e social, dando emprego a inúmeras pessoas, que por sua vez representam diversas famílias.

Numa recente visita de trabalho a uma cooperativa agrícola, sedeada na costa norte da Ribeira Grande, fiquei deveras impressionado com a transição digital que está a ser levada a cabo, nomeadamente no setor do leite.

Através de capitais próprios e, também, dos fundos comunitários disponíveis, e bem, a cooperativa decidiu investir num posto de recolha de leite inteligente, um dos mais avançados da Península Ibérica, onde o produtor de leite tem acesso a um sistema de recolha automatizado.

Com um simples Cartão RFID (contactless), produtor é identificado e é ativada a recolha do leite, onde todo o processo é automático, desde a entrega, até às análises necessárias. No final do processo, o produtor, de forma simples e clara, é notificado, por via digital, dos resultados. Ou seja, neste processo o produtor e o funcionário são dois meros intervenientes num sistema que é todo automatizado.

Um outro aparelho, deveras interessante, muito simples e de fácil interpretação, um Detetor de Fuga de Gás, permite detetar, instantaneamente, uma fuga de gás na sala de operações, permitindo atuar sobre a fuga de forma rápida e eficaz, proporcionando uma maior segurança, tanto para as pessoas, como para o próprio investimento na infraestrutura que foi feito.

Toda esta aposta no digital veio assim permitir uma redução de custos, mas acima de tudo, uma maior otimização dos recursos, uma maior eficiência, rigor, e, muito importante nos dias de hoje, uma maior segurança alimentar.

Realmente, nos dias de hoje, um produtor agrícola, um produtor de leite, não é um mero produtor, que acorda de madrugada rumo à sua pastagem para tratar dos seus animais, é mais que isso: é um gestor, é um investidor, é um ser tecnológico.

Manuel Pacheco

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